Estilo perdeu primeiros lugares para o forró. Diminuição de lançamentos na pandemia foi apontada como um dos motivos, mas agosto tem várias novidades que tentam recuperar liderança; veja.
Após uma longa temporada de “pé no freio”, os sertanejos estão retomando o ritmo de lançamentos e tentando recuperar terreno no topo dos rankings musicais novamente.
O G1 já mostrou que o ritmo perdeu espaço ao longo da pandemia e deixou de ser o mais ouvido do país. Astros do funk e principalmente do forró assumiram as primeiras colocações. Segundo alguns especialistas, um dos motivos foi a falta de lançamentos para segurar investimentos.
Mas, agora, os sertanejos, que começaram a gravar projetos há algumas semanas, iniciaram a fase de lançamentos. Felipe Araújo e Luan Santana já tinham dado a largada. E o mês de agosto veio forte com o esperado lançamento de Henrique e Juliano. A dupla divulgou “Arranhão” nesta sexta-feira (6).
Primeiro single do DVD gravado em julho, a música já vinha bem no YouTube desde antes da gravação do álbum, quando a dupla lançou a faixa-guia.
Veja lista das novidades sertanejas:
- Luan Santana já havia lançado “Morena”, em junho. No final de julho, soltou mais um single, o “Sorria”, em parceria com MC Juan
- Também em junho, Felipe Araújo lançou um EP com as primeiras faixas do DVD gravado em maio. Na época do lançamento, em entrevista ao G1, ele apostou na retomada do ritmo ao topo do ranking musical: “O sertanejo volta com tudo para o topo. Imagina quando todos os artistas que ficaram sem lançar músicas, lançarem da forma que a gente sempre lançou. Com uma estratégia muito legal. O sertanejo nunca vai perder espaço.”
- Os lançamentos de Henrique e Juliano eram, talvez, os mais esperados do público e do mercado sertanejo. E a primeira faixa do DVD gravado em julho chegou nesta sexta-feira (6). “Arranhão” é a primeira faixa do álbum a ser divulgada. Foram gravadas 27 canções no total.
- Eduardo Costa também entrou na onda de lançamentos de agosto. O artista lançou o EP “Fora da Lei”, que conta com quatro músicas inéditas.
- Bruninho e Davi lançaram “Faz justiça” em parceria com o cantor Gustavo Mioto. A música faz parte do novo projeto da dupla, o “Violada na Varanda”, que conta com 8 faixas. O lançamento das canções será semanal.
- Guilherme & Benuto, que estouraram nacionalmente pouco antes da pandemia, firmaram uma parceria com Barões da Pisadinha com a música “Faxina”. O feat foi divulgado na quinta-feira (5).
- Cesar Menotti e Fabiano chegaram com um lançamento comemorativo. Com a proximidade do Dia dos Pais, a dupla sertaneja soltou nesta sexta-feira (6) a música “Saudade Dos Meus Pais”. No clipe, os irmãos fizeram uma homenagem ao pai e resgataram vídeos caseiros.
- Além dessas novidades que já estão no mercado, ainda há previsão de discos de Marcos e Belutti, a segunda edição do álbum “As Patroas”, que une Marília Mendonça e Maiara & Maraísa, além do novo álbum de Gusttavo Lima.
Sertanejo fora do pódio
Este ano, os sertanejos deixaram de aparecer entre os artistas mais ouvidos no YouTube pela primeira vez desde que o ranking foi criado, em 2018. Desde então, começaram a reinar no streaming astros do funk e, principalmente, da pisadinha – o forró feito no teclado.
Entenda no podcast acima e no vídeo mais abaixo.
A ausência inédita de sertanejos no top 3 da parada semanal do YouTube começou no início de maio. E piorou: na semana seguinte, eles saíram do top 5. No ranking atual, a melhor posição sertaneja é de Marília Mendonça, em 7º. Ela liderava até os Barões da Pisadinha tomarem o topo no fim de 2020.
O G1 já explicou de várias formas como o funk e o forró crescem com produções eletrônicas vibrantes de Barões da Pisadinha, Zé Vaqueiro, MC Don Juan e outros que hoje ocupam o topo.
E tentamos também entender se havia uma crise no setor mais produtivo da indústria musical brasileira ou só uma pausa antes de voltar a colher os frutos preferidos do mercado? Empresários, artistas e críticos responderam e analisaram o cenário. Entre consensos e divergências, cinco pontos se destacaram:
- Grandes shows são uma peça crucial na engrenagem sertaneja. Sem eventos na pandemia, cai a divulgação das músicas e a renda potencial. As lives aliviaram, mas não substituíram.
- Mas funk e pisadinha também não dependem de shows? Sim, mas em menor escala, e mais adaptados ao digital – seja na produção eletrônica de músicas ou no seu consumo na internet.
- Cifras à parte, no campo artístico esses estilos eletrônicos ousam, misturam e criam sons que caem na boca do povo. E há quem veja o sertanejo acomodado, com pouca renovação criativa.
- Há quem não veja falhas criativas, mas só o mercado sertanejo segurando lançamentos e investimentos em divulgação (inclusive o velho “jabá” para rádios) até os shows voltarem.
- Enquanto alguns projetam que a volta dos shows vai retomar a velha ordem, e que a pisadinha é passageira, para outros o futuro é imprevisível e as inovações eletrônicas, poderosas.
Fonte: G1.Globo