Neil Peart, um dos maiores bateristas de todos os tempos, morreu aos 67 anos na terça-feira, dia 7, mas só agora a notícia foi divulgada. O músico, que fez história no Rush, foi vitimado por um câncer no cérebro.
“É com o coração partido e a maior das tristezas que temos que dividir a terrível dor de anunciar que nesta terça-feira, nosso amigo, irmão de alma e colega de banda por mais de 45 anos, Neil, perdeu a batalha contra o câncer cerebral (Glioblastoma), contra o qual ele lutou bravamente nos últimos três anos e meio”, publicou a banda no Twitter. “Nós pedimos que os amigos, fãs e imprensa compreensivelmente respeitem a necessidade da família por paz e privacidade nesse momento extremamente difícil e doloroso. Aqueles que desejam expressar suas condolências podem escolher um grupo de apoio às pesquisas sobre o câncer ou uma instituição de caridade e fazer uma doação em nome de Neil. Descanse em paz irmão”, termina o comunicado.
Peart se juntou ao Rush, que tinha ainda o baixista Geddy Lee e o guitarrista Alex Lifeson, no final de 1974, substituindo John Rutsey que gravou apenas o primeiro disco da banda. Essa formação permaneceu inalterada pelas décadas seguintes – o último álbum, “Clockwork Angels” saiu em 2012 e a última turnê do trio aconteceu em 2015 durante a breve turnê pela América do Norte em celebração aos 40 anos da entrada de Neil no grupo.
O Rush se tornaria uma das maiores bandas do rock, com fãs especialmente entre os admiradores do hard rock e do rock progressivo. Por anos, eles também foram das “vítimas” favoritas dos críticos músicas, que viam com desconfiança o excesso de técnica do trio e os temas de ficção científica de suas letras (todas escritas por Peart, que também era um leitor compulsivo).
Com o tempo, esses ataques foram diminuindo e a banda encerou sua carreira em uma boa posição, também entre os jornalistas, entronizados no Rock and Roll Hall Of Fame (Dave Grohl fez um discurso emocionante para marcar a entrada do trio na entidade em 2013) e tendo a sua vida contada no excelente documentário “Beyond The Light Stage”.
Peart era certamente o mais admirado entre os três músicos, graças à sua técnica invejável e pelo clima de mistério que ele sempre fez questão de manter sobre a sua pessoa. Ele não gostava de dar entrevistas, de se encontrar com fãs e prezava pela sua privacidade de forma raramente vista na indústria da música.
Com a banda, Neil gravou 18 discos, incluindo os clássicos “2112” e “Moving Pictures”, de 1976 e 1981, também os mais bem sucedidos comercialmente.
Como bem lembrou a revista Rolling Stone ao falar sobre o músico, as viradas de bateria que fez em músicas como “Tom Sawyer” eram quase que ganchos pop, cada um deles uma espécie de mini-composição inesquecível.
Relembre alguns momentos fundamentais de Neil Peart com o Rush.
O clipe original de “Tom Sawyer”:
O emocionante show que a banda fez no Maracanã em 2002, quando finalmente, eles tocaram no Brasil.
E um de seus solos , que sempre eram um dos momentos mais aguardados nos shows do trio:
Fonte: Vagalume